Por Leonardo Pereira
1. 'Kid A'
RADIOHEAD
Quando o Radiohead conseguiu a atenção devida e definitiva do grupo com o inovador OK Computer, a banda teve o tempo certo e longo para poder planejar o seu sucessor. A sonoridade de Kid A é bastante alienante, provando que é o rock dos anos 2000, o rock da tecnologia, assim como o rock de cada época. Kid A é o álbum da década porque inovou em estilo e experimentação. Dos sinos silenciosos de "Everything in Its Right Place", passando pela patriota "The National Anthem", "Optimistic" e "Idioteque", indo até a última faixa, "Motion Picture Soundtrack", o Radiohead definiu o outro lado do rock instrumental alternativo com a sonoridade tecnológica de sua criatividade. Da mesma forma que Ziggy Stardust, Purple Rain e Nevermind definiram as suas décadas, as suas épocas, Kid A define como o "novo rock", o "rock tecnológico", o rock que é bem a cara dos anos 2000: Uma década de tecnologia, de músicas mais eletrônicas, mas o Radiohead sempre deixou claro aqui, que usa sons esquisitos e eletrônicos, mas nunca se esquecendo que a banda toca rock & roll. Basicamente falando, a década se passou e pouca coisa aconteceu, pois o Radiohead é a banda dos anos 2000, porque definiu como ninguém. O Radiohead é a atual imagem de uma grande banda de rock de rock & roll desse tempo, de todos os tempos.
2. 'Is This It'
THE STROKES
No início desta década, a idéia universal do rock havia sido esquecido pelas pessoas. Mas um quarteto americano de rock apareceu dos bares para se tornarem estrelas do estilo que está marcado para ser a nova etapa do rock & roll. Os Strokes vieram como um alívio para quem curte o rock. Is This It é um disco memorável: Se trata de um grande álbum de rock & roll, com as origens do Velvet Underground e New York Dolls, principalmente com os falsetes vocais de Julian Casablancas. Não é atoa que canções como "Last Nite" (que se transformou na canção mais conhecida do grupo), a faixa-título, "Hard to Explain", "The Modern Age" e a carismática "Someday" se tornaram grandes obras. Era óbvio que Casablancas não queria nem saber e continuou com sua banda no rock de garagem que voltou a resgatar – um pouco – o rock estava esquecido entre o público.
Com All That You Can't Leave Behind, o U2 se consolidou como uma das maiores bandas de rock & roll de todos os tempos. E para se vangloriar. O fato é que, nos anos 1990, o conflito altamente pessoal de Achtung Baby (1991) já havia se passado, e com Zooropa (1993) e Pop (1997), a banda começou a ter problemas: As primeiras richas dos dois principais membros do U2, Bono e The Edge. Ao lado de The Joshua Tree e Achtung Baby, esta é a terceira maior obra-prima do quarteto irlandes. O hino vitorioso "Beautiful Day" também se encontra por aqui. O resultado é de uma canção que ultrapassou os limites das paradas na época. Temos a cativante "Stuck in a Moment You Cant Get Out Of" e a ousada "Elevation". Eternamente, All That You Can't Leave Behind definiu o U2 como um grande ícone.
4. 'Elephant'
THE WHITE STRIPES
O White Stripes era uma banda de rock de garagem com grandes influências ao blues, ao folk e ao hard-rock de antigamente. O talentoso guitarrista Jack e a baterista Meg White – que ambos são irmãos de sangue – elaboraram uma grande obra do blues. É de se impressionar, porque geralmente, o blues havia sido esquecido pelo público, e eu sinceramente não me lembro de ter ouvido um disco com as mesmas características de Elephant. É um clássico com uma canção que se tornou clássica, "Seven Nation Army": A canção que ficou definida pelo riff de Jack junto com as baterias pesadas e duplicadas de Meg White. Exageradamente falando, esta dupla de rock & roll consegue dar conta do recado, e nos faz sorrir sinceramente e pensar que o rock & roll não está perdido.
5. 'The Rising'
Bruce Springsteen volta com todas as forças nesse grande grito de liberdade e compaixão pós-11 de setembro. Era muito óbvio que Springsteen estava praticamente esquecido, pois The Rising foi concebido por motivo de um fã que havia lhe pedido desesperadamente quando o ataque às Torres Gêmeas tinha acontecido, "Nós precisamos de você". O resultado desse grande álbum é em 15 canções de profunda fé, compaixão e amor ao próximo. Em "Lonesome Day", Springsteen conta o sentimento da pessoa perder sua amada, "Into the Fire" conta a emergência ao acontecimento terrível, o sangue, o fogo, o corpo de bombeiros. Mas também, temos uma canção cativante de profunda admiração em The Rising que se chama "Waitin' on a Sunny Day", que fala em recomeçar suas vidas e ter fé nas coisas boas.
6. 'Sea Change'
BECK
Sea Change, de Beck é o seu Blood on the Tracks: Uma reflexão aguda e pessoal no final com magnificência desolada (melodias lamentando, pequenos riffs de guitarra e muitos ecos) e cantada por Beck, eternamente como um garoto mortalmente ferido. O produtor Nigel Gidrich, repetiu o ar fresco do modernismo angustiante de Kid A, do Radiohead, utilizando sons eletrônicos para aumentar o suspense em canções como "The Golden Age" e "Guess I'm Doing Fine". Por sua vez, Beck – com um despojado hip-hop desorganizado – finalmente cantou como Bob Dylan de sua geração, com honestidade.
7. 'A Rush of Blood to the Head'
COLDPLAY
No início dos anos 2000, alguns garotos tocavam como o Radiohead para ganhar alguns centavos. Mas foi em A Rush of Blood to the Head – seu segundo álbum – que o Coldplay mostrou que eles eram talentosos e conquistar o mundo. Músicas como "Green Eyes" e "The Scientist" trouxeram de volta as melodias reconfortantes de "Yellow", mas revelou uma banda inquieta: A sua sonoridade ao velho estilo Smiths e U2. E mais coisas obscuras como a meditação em "Amsterdam" e a canção com a cara de OK Computer, "God Put a Smile Upon Your Face", que mostrou que o grupo tinha mais de hinos de estádio em sua mente.
8. 'Funeral'
ARCADE FIRE
Perda, amor e esperança: O Arcade Fire toca com estes temas, uma vez que definiu o rock independente desta década. Com o seu som construído sobre os laços familiares (o líder de Win Butler, sua mulher, Régime Chassagne e seu irmão Will) e uma musicalidade rica e folk, a banda fez um rock sinfônico que realmente bombou nas paradas, com acordeões transformados em elementos centrais, em vez de serem meramente acessórios, em uma seção rítmica. Canções como "Wake Up", "Neighborhood #1 (Tunnels)" e "Rebellion (Lies)" foram simultaneamente pessoais, e transformaram a música pop. Em tal feito, Funeral soa como uma ópera-rock. A ópera-rock desta década.
9. 'American Idiot'
O Green Day provou que poderia tomar fazer de seu estilo punk e de escola um tipo de álbum conceitual gigantesco que ninguém parecia ter coragem de tentar. Eles fizeram um dos álbuns mais duradouros da época, vociferando contra a complacência política. Das guitarras pesadas e do grito de liberdade de Billie Joe Armstrong na faixa-título, no épico de nove minutos, "Jesus of Suburbia", para o punk de "Extraordinary Girl/Letterbomb", eles rezaram em desacordo político. Basicamente falando, American Idiot é uma jóia desta década.
10. 'This Is Happening'
LCD SOUNDSYSTEM
James Murphy se despede do LCD Soundsystem e de seus fãs com o seu terceiro e último álbum de estúdio. Mas parece que nada estava errado, porque a sonoridade de This Is Happening estava em sua melhor forma, em seu melhor momento. Murphy mistura a sua sonoridade com um pouco de música eletrônica, e acabou transformando canções como "Drunk Girls" e "All I Want" em mais de um de seus grandes hinos de sucesso. Basicamente falando, This Is Happening se despediu muito bem de seu público, nos deixando com sentimento de saudade.