quarta-feira, 9 de março de 2011

Avril Lavigne: 'Goodbye Lullaby'


Avril Lavigne é uma profunda romântica. Ela também já ganhou o apelido de "princesinha do rock" pelas suas músicas mais pesadas dos seus álbuns anteriores, onde faixas como "Hot", "I Can Do Better" e "Girlfriend" deixaram ela ainda mais famosa. Não é atoa que, com as suas últimas declarações de que "a sonoridade de seu novo álbum iria trocar as guitarras pelos violões e os agitos por algo mais sereno e mais íntimo", no início eu não duvidava que isso realmente fosse acontecer, porque Avril estava passando por alguns momentos recentes, como seu divórcio com Deryck Whibley, do Sum 41. 

Mas o impacto em que o seu antecessor, The Best Damn Thing, (provavelmente o seu melhor) teve não será mais igualado, porque ali, todas as canções fizeram sucesso, e não tinha um limite. Já aqui, dá para ver muito bem até onde vai esses limites. Do mais recente sucesso de Avril Lavigne, o single "What the Hell" é como "Girlfriend": um estilo mais agitado, com misturas eletrônicas e guitarras afiadas, o que eu provavelmente não gostei logo de cara, pois ela ultrapassa a todos os limites.

Mas se você levar em conta o resto do material, você verá uma grande produção musical, incluíndo violões ao velho estilo Joni Mitchell. Músicas lindas como "I Love You" são totalmente chocantes, daquelas de fazer chorar (o que isso para mim, ninguém conseguiu me proporcionar). O conteúdo total do álbum era como em The Best Damn Thing: faixas agitadas, faixas melódicas, experimentalismo e muitos vocais de Avril. 

Eu realmente não posso dizer se Goodbye Lullaby, além de ser o seu álbum mais amadurecido de uma digna princesa, tenha superado The Best Damn Thing, mas uma coisa você terá que reconhecer: se você reparar para a capa de Goodbye Lullaby, você verá que vemos uma Avril mais séria, mais mulher, e sem aqueles detalhes rosas no cabelo dela, como uma princesinha-adolescente, onde o rosa se tornava a sua marca registrada. Mas vemos bem, apesar de tudo o que aconteceu, que ela amadureceu, vendo que ela não é mais aquela garota jovem, solteira, ou que ainda possuia um namorado. Ela já casou e se divorciou, e sabe o quanto é duro quando um amor não dá certo. Parece que ela agora é uma mulher séria, trabalhadeira e que apesar de não ser muito boa nos afazeres de sua casa, ela tem a música como sobrevivência. Eu não diria que seja por questão sobrevivência, para mim, é mais uma questão de dom e talento. 

Das músicas mais tocantes do disco, temos a cativante "Darlin" que com os vocais bem afinados e afiados de Avril, com seu violão confrontando de forma séria e transgressiva, faz com que provavelmente vire um dos sucessos do álbum. "4 Real", provavelmente, relata os diferentes rumos de seus álbuns anteriores, incluíndo este também. "Remember When" e "Goodbye" são faixas mais introspectivas. Com o piano sendo lentamente tocado, acompanhado por seus vocais, a emoção musical é bem reconhecida nessas duas faixas. 

De toda a sua experiência em turnês mundiais e com álbuns de estúdio, ela vai aprendendo os verdadeiros propósitos da música e da sua vida, e isso faz com que ela fique cada vez mais pronta para lançar algo bonito como foi em seus três últimos álbuns, e incluíndo Goodbye Lullaby. E para você que é fã, vocês devem saber que eu sou uma das pessoas que estão torcendo para que ela siga de forma inteligente a sua carreira, pois muita coisa boa ainda irá acontecer. Provavelmente, com todas as suas emoções, sentimentalismo e romance, ela é a melhor artista em seu campo.

Leonardo Pereira

10 de 10

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