sexta-feira, 18 de março de 2011

The Strokes: 'Angles'





















Eles voltaram da melhor forma, tocando boa música, e de preferência, que seje a dos velhos tempos. Não acho que os Strokes tenham se empenhado de forma tão unida para gravar o quarto álbum de estúdio em cinco anos, desde o seu antecessor, First Impressions of Earth, lançado em 2006. Mas segundo o que o guitarrista Nick Valensi afirmou, a banda ainda estava com climas hostis dentro do estúdio, e tudo isso começou nas gravações de seu antecessor. Angles levou quase dois anos para ser escrito e gravado, incluíndo uma grande parte de sessões das faixas que simplesmente ficaram de fora de First Impressions of Earth, que saiu a cinco anos.

Mas isso era o que eu esperava: 10 canções construídas de forma grandiosa, principalmente nas peças básicas de combinação do rock, tocado com uma atenção musicalmente correta, exigente e romanticamente detalhada. Nas bases de composição, Angles é o melhor álbum que o vocalista Julian Casablancas, os guitarristas Valensi e Albert Hummond Jr., o baixista Nikolai Fraiture e o baterista Fabrizio Moretti conseguem fazer desde Is This It, lançado em 2001.

Angles também o primeiro grande passo dos Strokes para a sua carreira e para o renascimento do rock & roll. Eles haviam ativado o esforço por toda a First Impressions of Earth com batidas um pouco longe do estilo que fez do grupo um enorme sucesso na entrada do século 21. Os estilos daquele álbum eram tão Yardbirds quanto Velvet Underground, contendo guitarras e baterias afiadas. "Machu Picchu" é uma faixa de extrema ameaça e dissimulação - baterias fortemente tocadas com o som bem potente combinando com os riffs de guitarras. Você ouve "Under Cover of Darkness" e fica totalmente alienado às guitarras loucas e sem ordem, porém, absolutas em sua execução e "Two Kinds of Happiness" é um pop-groove de alta velocidade.

Os Strokes chegaram no início deste século perfeitamente formado, tão rigidamente como um blues de uma grande propulsão do primeiro DNA do Velvet Underground. Casablancas disse uma vez que o seu álbum favorito era Loaded (1970), do Velvet Underground, seu mais expansivo disco, com a sua composição incisiva, apesar de ser uma exuberante balada pop. Angles é os Strokes nesse tipo de transição. Nesse caso, não seria uma questão de transição, mas sim de um grandiosa ambição. Eles abusam da música eletrônica em "Games", que foi um dos motivos do álbum solo de Casablancas ser considerado uma aberração.

Recentemente, o rock & roll passou a ser um pouco esquecido, por causa dos inúmeros estilos que foram criados nos anos 80 e 90, e que no auge dos anos 2000 teve o seu momento aura. Mas vemos que o rock não está perdido. Julian Casablancas é hoje o melhor vocalista do rock e os Strokes ainda estão em busca de serem os melhores. Tal feito ainda foi realizado, mas levou tempo.

Leonardo Pereira


8 de 10

Nenhum comentário:

Postar um comentário