sexta-feira, 8 de abril de 2011

Foo Fighters: 'Wasting Light'





















Dezessete anos depois da morte do Nirvana e do guitarrista Kurt Cobain, Dave Grohl continua a assombrar o punk-grunge que ele faz como vocalista-guitarrista do Foo Fighters. "Memories keep haunting me/Help me chase them all away" ("As memórias continuam me assombrando/Ajude-me a ir embora"), alega Grohl em Wasting Light, em meio à chuva de guitarra de "Arlandria", soando como um cara que sabe que nunca será o suficiente e que tudo nunca será perfeito.

Mas este álbum é um caso especial por dois motivos. O primeiro: Com onze grandes faixas, Wasting Light é o melhor álbum do Foo Fighters desde os dois primeiros álbuns, o de estréia que se chama Foo Fighters (lançado em 1995) e a explosão da banda, The Colour and the Shape (de 1997). Grohl, o baixista Nate Mendel, o baterista Taylor Hawkins e os guitarristas Chris Shiflet e Pat Smear fazem acontecer, a forma do punk-rock, em gravações que fazem dessas grandes faixas, músicas de garagem. "Burning Bridge", que abre o disco com guitarras vibrativas e com bastante avalanches baterísticas de Hawkins e com grandes acabamentos vocais de Grohl. "Rope" tem uma onda picante que evoca o Led Zeppelin dos anos 70, e mais tarde, ele apela para um ótimo desfecho: um brilho de rock alternativo irregular com harmonias rudes.

Wasting Light é também um confronto vencido: Grohl retorna explicitamente a dolorosas lembranças do passado, tanto para a inspiração como no encerramento. O álbum reúne Grohl com o produtor Butch Vig, que trabalhou no monstro do Nirvana de 1991, Nevermind, e traz a mesma abordagem diferenciada ao lançamento. E o baixista do Nirvana Krist Novoselic toca o seu querido baixo em "I Should Have Known", uma canção que não menciona Cobain pelo nome, mas reverbera com sua ausência de consumo. "Didn't hear your warning/Damn my heart gone deaf" ("Não quiz ouvir o seu aviso/Porra meu coração está mudo"), Grohl canta com a escuridão inicial - uma guitarra solitária com quem compartilha o seu vocal toda a culpa: "No, I cannot forgive you yet/To leave my heart in debt" ("Não, eu não posso perdoar você ainda/Para deixar o
meu coração em dívida"). Se você já pensou que o Foo Fighters já foi o Nirvana, prepare-se para se desculpar.

Há referências à morte - e a responsabilidade de deixar as melhores coisas de lado - em todo o álbum. Eles também vieram bastante animado, com uma respiração desafiadora. Em "Dear Rosemary", Grohl recebe um grande apoio vocal a partir de um ícone da famosa banda de hardcore Hüsker Dü, Bob Mould. E enquanto Wasting Light poderia ter terminado, para aperfeiçoar o efeito bruto, na faixa 10 ("I Should Have Known"), o Foo Fighters saíram como um chute na bunda: "Walk", um truque alvoroço de estilo barato sobre a tomada de uma etapa em um momento, enquanto você pode. "I think I found my place" ("Eu acho que encontrei o meu lugar"), grita Grohl - como alguém sem planos para dividir algo.

8 de 10

Leonardo Pereira

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